O Recomeço, 5°

09/11/2011 22:33

“Quanta coisa em minha cabeça! Quanta coisa para cuidar! Jack, Veneranda, Deniel, irmão da Vi e agora minha mãe! Assim vou ficar louca”
Organizei por partes, Veneranda saiu fora da lista, na verdade eu nem lembrava mais que ela existia, só a via na hora do café da manhã. Deniel… bom ele não prestava, e aquela relação estava horrível mesmo, fora da lista também. O Jack vai ser fácil, e resolvendo o Jack eu resolvo o problema da minha mãe, tudo certo. Como eu queria o irmão da Vi fora da lista, me sinto inútil.

Na tarde seguinte falei com Jack;
- Como conseguiu falar com minha mãe?
- Tenho meus contatos
- Só que… eu não sei explicar, ela não é minha mãe.
- Claro que não, ela é mãe da Débora, e não de você Alessia
Gelei e fiquei sem palavras - Pelo jeito todos sabem de mim, sou mesmo péssima.
- Claro que não! - Ele pausou e perguntou - Quem mais sabe de você?
- Um rapaz aí…
Então contei a história para Jack, ele já sabia da minha vida antiga, mas continuou guardando segredo sobre como descobriu.

Depois daquele dia que conversei com Jack, o irmão da Vi nunca mais me incomodou, acho que Jack deu um bom susto nele. Foi a partir daí que comecei a confiar no meu chefe, queria ter o conhecido desta forma mais cedo. Claro que ele continuou exigente como sempre no bar.
Como o irmão da Vitória havia me deixado em paz, voltei a sair com Deniel, a ponto de nos casarmos. Foi uma reunião simples e eu odiei (por dentro), enquanto todos daquela cidadela gostaram. Eu realmente sabia que seria infeliz com aquela vida que havia escolhido, mas eram apenas as consequências dos meus atos irresponsáveis.
Os primeiros meses de casamento foram agradáveis, Deniel começou a chegar tarde em casa só depois do 9° mês, que foi na mesma época que começaram as traições. Quando completamos um ano de casamento, decidi fazer faculdade à distância, para ter tempo de ser “a boa esposa”.
Quatro anos depois estava formada em administração e com duas filhas (Amanda e Anabel, de 2 aninhos). Todas as noites antes de dormir, ficava pensando em como estava minha vida, tudo tão diferente do que eu queria, saudades da Cris, do Brasil, de tudo. Aquela Ihleburg me fazia cada vez sentir mais presa e passiva diante da vida, sem falar que Deniel era um péssimo exemplo de pai, as meninas choravam no meu colo de saudades dele, enquanto eu tinha que cobrir as falhas dele que só me matavam por dentro, mentiras por cima de mentiras.
Minha mãe nem fez questão de vir a Ihleburg conhecer as netas, o que me causou extremo ódio e revolta a ponto de não nos falarmos mais desde o nascimento das gêmeas, afinal eu não precisava mais do seu dinheiro, e não lhe dependia de nada.
Acho que minha mente mudou muito com a vinda das meninas.

Por que, mesmo depois de cinco anos, eu ainda pensava na Cris? Cinco míseros anos sem notícia alguma dela, somente agora me dei conta que ela marcou minha vida. Se bem me lembro, havia matado Vitória para proteger minha relação, mas causou exatamente o oposto, nos afastando e tornando tudo complicado.
Aquele casamento desgastado, Veneranda tão velha que cada vez que dormia pensavam se seria sua hora de partir. O partido da minha mãe havia ganhado as eleições ano passado, então havia acabado as buscas sobre os podres da família. O Jack seria o único que me deixaria saudades.
- Aonde vamos mamãe?
- Conhecer o mar.
Gritaram felizes, correndo pela casa.
Com as malas prontas, Deniel em uma suposta viagem à trabalho, Jack com sua vida rotineira, eu precisava sair logo sem que ninguém visse, mas isso era impossível naquela cidadela, todos tão fofoqueiros. Sai de casa carregando as malas, Amanda e Anabel de mãos dadas no meu lado.
- Comportem-se meninas, e se perguntarem algo, não digam nada.
Acenaram que sim. Que ótimas filhas eu tenho, nem acredito que herdaram a genética daquele idiota.
- Três passagens
- Para onde?
- Capital do país de Ihleburg.
- Esta é a Alemanha.
- Pois é.

Enfim partimos.
 

Despedida:

A Fic Recomeço termina aqui. Espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar e dizer suas críticas e sugestões.